NOS BARRACOS DA CIDADE (BARRACOS)

(1985, parceria com Liminha, mas a letra é só de Gil; gravada em Dia dorim noite neon, 1985.)

 

Nos barracos da cidade

Ninguém mais tem ilusão

No poder da autoridade

De tomar a decisão

E o poder da autoridade

Se pode, não faz questão

Se faz questão, não consegue

Enfrentar o tubarão

Ô-ô-ô, ô-ô

Gente estúpida

Ô-ô-ô, ô-ô

Gente hipócrita

O governador promete

Mas o sistema diz não

Os lucros são muito grandes

Mas ninguém quer abrir mão

Mesmo uma pequena parte

Já seria a solução

Mas a usura dessa gente

Já virou um aleijão

Ô-ô-ô, ô-ô

Gente estúpida

Ô-ô-ô, ô-ô

Gente hipócrita

Comentário de Gil: "'Barracos' é outras das minhas canções que nasceram de uma música que veio pronta e na qual eu tive que encaixar uma letra. E já veio com frases melódicas exigindo redondilhas maiores. Aí me ocorreu falar dos barracos das comunidades periféricas; do fenômeno da exclusão como uma distorção do sistema – um tema clássico entre os vários da canção popular, e que tinha caracterizado parte considerável de toda a música de protesto da fase de formação da MPB, desse grande sistema chamado MPB; música de protesto da qual 'Procissão' foi bem um símbolo. 'Barracos' é uma nova 'Procissão'."