AMOR ATÉ O FIM
(1966, gravada por Elis em Dois na Bossa no. 2, 1966, e depois em Elis, 1974; Gil só veio a gravá-la pela primeira vez em Social Samba Club, 2008.)
E7 A7 D7/9
Amor não tem que se acabar
Dm7/9 G7 C7 F7
Eu quero e sei que vou ficar
Bb7M D7
Até o fim eu vou te amar
Dm7/9 G7/13b Gm7 Gm6 Cm7/9 F7
Até que a vida em mim resolva se apagar
E7 A7 D7/9
Amor não tem que se acabar
Dm7/9 G7 C7 F7
Eu quero e sei que vou ficar
Bb7M/9 D7
Até o fim eu vou te amar
Dm7/9 G7/13b Cm7/9 F7 Bb7M D7
Até que a vida em mim resolva se apagar
Gm D7/A Gm
Um amor é como a rosa num jardim
A7 D7
A gente cuida, a gente olha
A7 Dm7
A gente deixa o Sol bater
D7 Gm
Pra crescer, pra crescer
Cm7 F7 Bb7M Em5/7b
A rosa do amor tem sempre que crescer
A7/13b Dm7 Dm/C
A rosa do amor não vai despetalar
Bo Bb7
Pra quem cuida bem da rosa
A7 Dm7 F7/9
Pra quem sabe cultivar
E7 A7 D7/9
Amor não tem que se acabar
Dm7/9 G7 E7/9# A7/13b
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Dm7/9 G7/13 E7/9# A7/13b
Eu sei que o amor não tem, não tem que se acabar
Dm7/9 G7/13 E7/9# A7/13b
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Dm7/9 G7/13 C6/9
Eu sei que o amor não tem, não tem que se acabar
Comentário de Gil: "'Amor até o fim' foi feita logo após minha primeira separação. Quanto ao fato de a canção, que explora o tema do amor como algo infindo, ter se originado justamente de um sentimento tido ao final de um casamento, isso não constitui um fato único: 'Drão' também é assim. Eis uma recorrência: exatamente quando uma relação está terminando, vem uma canção tratando da infinitude do amor.
Aqui entra a necessidade de manifestar minha visão particular, de ser pessoal, próprio; o momento confessional exigindo que a sinceridade prevaleça, que eu seja sincero e diga aquilo que realmente eu acho. É um desses momentos especiais na minha obra em que eu realmente sou único, sou original, sou autoral, dizendo que o amor não tem que se acabar quando uma relação está se acabando.
Ao mesmo tempo, em 'Amor até o fim' já há sinais das questões filosóficas que vão ocupar espaço mais tarde em minha obra, como a do eterno retorno e a ideia taoísta do tempo. A canção antecipa a ideia do amor como campo da existência total, dentro de uma visão ecológica dos sentimentos humanos, que vai depois aparecer em canções seminais da minha fase filosófica. Já é um pouco isso: a filosofia do amor."